quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O que são atrações culturais?

Entende-se por atrações culturais os elementos da cultura que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos turísticos. 

São os bens e valores culturais de natureza material e imaterial produzidos pelo homem e apropriados pelo turismo. 

Desta forma, é possível levantar informações que subsidiem a estruturação de destinos com foco no Turismo Cultural

Essas informações revelam ainda a importância do uso de estudos e pesquisas para o correto planeamento de ações que valorizem a cultura e as tradições locais dos destinos turísticos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das regiões e o fortalecimento do segmento.

Cabe ressaltar que o desenvolvimento e a promoção de atrações culturais, bem como de produtos e atividades culturais, integrados a outros segmentos, contribuem para a diversificação da oferta e diminuição do período de sazonalidade turística em determinados destinos cuja oferta turística tenha como vocação principal outros segmentos de turismo, como por exemplo, o Turismo de Sol e Praia e o Turismo de Negócios e Eventos.

Para a elaboração de roteiros de fim-de-semana ou férias bem como para a formatação de produtos turísticos culturais, é importante ter conhecimento acerca das atividades que podem ser praticadas no âmbito do segmento. 

A identificação das principais atrações culturais pode auxiliar na definição da vocação do destino e fortalecer o seu posicionamento no mercado. Poderá também auxiliar, no mapeamento de oportunidades de negócios e diversificação de serviços que se pode oferecer, tornando o destino mais competitivo. 

Exemplos de atrações culturais 


Com base nos conceitos de património cultural (material e imaterial) estabelecidos pelas instituições de referência no setor, define-se como os principais tipos de atrações culturais

• Sítios históricos – centros históricos (classificados como Património Mundial pela UNESCO por exemplo Guimarães);  

• Edificações especiais – arquitetura (marcada por um estilo arquitetónico especifico como a Rota do Românico), ruínas ou sítios arqueológicos (que comprovam a presença de povos da Antiguidade Clássica no território português como Conimbriga); 

• Obras de arte – pintura, escultura (visitáveis em edifícios como museus e casas de cultura); 

• Festas e celebrações locais (de cariz religioso como Semana Santa em Braga ou S. João); 

• Gastronomia típica - pratos da culinária local (quase sempre já integrados nos roteiros turísticos mas que podem funcionar como motivo principal de vista como a Festa da Francesinha no Porto);

• Feiras e mercados tradicionais (com mostra de produtos regionais ou de representação do passado como a Viagem Medieval de Santa Maria da Feira ou a Braga Romana);

• Eventos programados – festivais de teatro, de música ou folclore (como o Mimarte em Braga ou a Noite Branca). 

As principais atrações culturais ainda estão muito ligada à experiência de conhecer museus e cidades com património reconhecível em qualquer parte do mundo. 

Daí a importância que cidades como Paris, Londres ou Roma, mantém. 

Simultaneamente verifica-se que as cidades procuram sediar importantes eventos culturais, como ser durante um ano Capital Europeia da Cultura, para colocar as suas cidades nos mercados do Turismo Cultural ou desenvolver ações de criatividade que envolvam o turista na realização de atividades concretas, que lhe proporcionem o saber fazer de algo que com a sua visita conheceram. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Peregrinações - parte 1

As peregrinações foram e ainda são um fenómeno de grande expressão no turismo religioso.

No passado, tiveram grande influência no desenvolvimento histórico de todos os povos.

As peregrinações propiciaram o encontro de inúmeras culturas, o surgimento de grandes cidades, a edificação de vários monumentos, bem como a movimentação de população, que de forma individual ou organizada percorre roteiros de fé.

Para o turismo religioso a sua importância baseia-se em dois aspetos: histórico e atual.

Historicamente, as peregrinações formaram, juntamente com os destinos balneares, os primórdios do turismo.

Atualmente, a sua relevância deve-se à dimensão do fenómeno.

Existem vários milhões de pessoas que se deslocam todos os anos em direção a locais sagrados.
Todo o homem é um ser em caminho.

Esta sua característica exprime-se e alimenta-se quer na viagem existencial de cada pessoa, que percorre um itinerário ao longo do seu tempo de vida com todas as vicissitudes que o marcam, quer nas múltiplas viagens que ela realiza pelas estradas do mundo, por necessidades e interesses vários.

Normalmente, os santuários são a meta das peregrinações religiosas.

Eles surgem na sequência de alguma manifestação sobrenatural, como no caso de Fátima, ou resultam da iniciativa de homens fiéis, que quiseram consagrar a Deus, a Nossa Senhora ou a algum santo da sua devoção um determinado lugar, com a finalidade de aí prestar culto e invocar graças.

A viagem para os santuários pode ser feita de várias formas sendo que uma das mais comuns é a excursão, marcada também pela experiência da confraternização com os outros peregrinos, e pela festa.


As origens das peregrinações  


O termo peregrinar vem do latim peregrinare que significa ir a lugares santos ou de devoção com o objetivo de venerar o lugar visitado, pedir por ajuda ou cumprir obrigações religiosas.

A história deste fenómeno é muito antiga e confunde-se com a própria história das crenças e religiões.

Com o surgimento das religiões monoteístas as peregrinações tiveram grande impulso.

Aumentaram em número e mudaram-se os objetivos.

Realizavam-se com o interesse de visitar e venerar os locais ligados ao nascimento, vida e morte dos respetivos deuses e profetas.

No cristianismo, esta expressão obteve seu ápice com o surgimento de milhares de santos, que por sua vez formaram novos centros de peregrinações.

Outro facto que contribuiu para a popularização destas jornadas foi a ligação feita pela Igreja católica entre peregrinação e penitência.

Muitos peregrinos começaram a entender esta como um meio de salvação dos seus pecados.

Durante a Idade Média, as peregrinações tiveram grande importância na Europa.

Em nome delas, inúmeras estradas foram abertas, muitos hospitais (que na época eram um misto de hotel e casa de saúde - albergues) foram construídos.

Os destinos eram essencialmente três: Jerusalém (Terra Santa), Roma (Terra do máximo representante de Deus na terra- o Papa) e Santiago de Compostela (onde foi encontrado o corpo do Apóstolo – Santiago).

As cruzadas cristãs talvez tenham sido dos movimentos mais notáveis que, a princípio, foram feitas em favor das peregrinações.

Exerceram grande influência cultural, colocando em contato diferentes povos.

Logo, as peregrinações foram, durante este período, um dos fenómenos mais dinâmicos e influentes no mundo, até então conhecido.

No final da Idade Média, começaram a ser aIvo de especulação e corrupção, bem como todo o corpo eclesiástico.

A Reforma também teve a sua taxa de contribuição para a decadência desta expressão no mundo cristão.

O número de pessoas a realizarem peregrinações diminui em toda a Europa.

Este conjunto de mudanças no plano religioso, aliado a outras nos planos político, económico, social e cultural, fez com que as peregrinações perdessem o papel de grande relevância na formação do mundo ocidental.

Com o advento dos meios de transporte modernos as peregrinações sofreram uma drástica diminuição na sua duração.

Com isso, voltaram a crescer em número, sem recuperar, porém, a expressão de outrora.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O que é o Turismo Cultural?

O turismo cultural compreende as atividades turísticas relacionadas com a vivência do conjunto de elementos significativos do património histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

A Organização Mundial de Turismo desenvolveu uma definição de turismo cultural, que abarca “movimento de pessoas essencialmente por motivos culturais, incluindo visitas de grupo, visitas e roteiros culturais, viagens a festivais, visitas a sítios históricos e monumentos, folclore e peregrinação”.

O aspeto central nessa definição é que o turismo cultural envolve “essencialmente motivações culturais”.

Entende-se que na atualidade o turismo cultural não deve ser apenas a exploração e valorização da cultura do património material como edifícios, sítios e monumentos históricos mas também produtos e serviços que incluam a gastronomia, folclore, atrações populares, e artesanato.

Quais as origens do Turismo Cultural? 


O que define o turismo cultural é a motivação da viagem em torno de temas da cultura.

As viagens de interesse cultural nasceram na Europa sob a égide do renascimento italiano, quando a aristocracia se deslocava de férias, interessada em conhecer os sítios históricos e arqueológicos que inspiraram artistas como Michelangelo e Da Vinci e depois às próprias cidades que foram o berço do movimento artístico.

Inspirado pelas viagens do período renascentista nasceu a grand tour, que consistia numa longa temporada em diferentes cidades europeias consideradas como o berço da civilização ocidental e que podiam durar anos.

O público da grand tour eram os aristocratas, nobres e burgueses da própria Europa e também das Américas, pessoas que tinham disponibilidade de tempo e recursos para investir nessas viagens culturais.

Um dos aspetos mais interessantes do grand tour era exatamente a sua forma convencional e regular, considerada como uma experiência educacional, um atributo de civilização e de formação do gosto.

Não havia ainda o mercado turístico tal como conhecemos nos dias atuais, uma cadeia produtiva organizada, com todos os serviços e produtos.

Isso só se concretizou séculos depois.

Mas encontramos no grand tour o embrião do turismo cultural, em que a principal motivação de viagem envolve algum aspeto de cultura.

Desses primórdios até a atualidade, a cultura continua a ser uma das principais motivações das viagens em todo o mundo e durante muito tempo os destinos eram exclusivamente os grandes conjuntos arquitetónicos, os museus e os lugares que abrigavam os tesouros materiais de culturas passadas.

Com o tempo, modificou-se o próprio conceito de cultura, ampliou-se os limites do que os estudiosos e as instituições responsáveis pelas iniciativas de preservação entendiam como património cultural. 

Turismo Cultural na atualidade


O turismo cultural movimenta 44 milhões de turistas, que procuram turismo cultural na Europa.

O património cultural motiva a viagem e, por isso, aproxima civilizações.

Através deste segmento de turismo fomenta-se a preservação do património bem como a sua dinamização por forma a criar um ambiente único e uma experiência autêntica.

O turismo cultural motivado pela visita e conhecimento do património histórico proporciona o diálogo com a criação contemporânea.

O tipo de turista deste segmento cultural procura singularidade, tradição aliada à contemporaneidade nos recursos, nas infraestruturas e nos serviços e envolvimento pessoal com as pessoas e cultura locais.

O Turismo Cultural em Portugal 


Existe em Portugal uma diversidade patrimonial extraordinária.

Sendo Portugal um pais que a acolheu vários povos com as suas culturas, ao longo de centenas de anos, é pois natural que tendências várias de expressão e propostas estéticas se manifestem nos tesouros arquitetónicos, civis, religiosos e militares, representados em vários roteiros um pouco por todo o país.

Os principais países emissores de turistas culturais são: Espanha, França, Reino Unido, Escandinávia e Alemanha.

Portugal tem todo o tipo de atrações culturais que convidam a umas férias ou fim-de-semana na experiência do turismo cultural

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O que é o Turismo Religioso?

O turismo religioso deve ser compreendido como uma atividade desenvolvida por pessoas que têm por objetivo principal a visita a locais sagrados e participação em eventos de cariz religioso, como festas e romarias destinadas à celebração de datas específicas de celebração religiosa.

Nesse sentido incluem-se neste segmento de turismo atividades como peregrinações, visitas a santuários, excursões, participação em roteiros sobre cidades e regiões com património marcadamente religioso e histórico.

Ou seja, visitas a locais que expressam sentimentos místicos ou promovem a fé, e se tornem instrumentos privilegiados para o entendimento entre os povos através do conhecimento recíproco das suas crenças e culturas.

O turismo religioso procura assim manter valores antigos, perpetuar tradições, conservar e dinamizar o património edificado ao longo dos tempos.  

Quais os propósitos do Turismo Religioso?


O turismo religioso pode contribuir para a valorização e a preservação das práticas espirituais, enquanto manifestações culturais e de fé que identificam grupos humanos.

Por se tratar de um segmento que apresenta um crescimento significativo em decorrência da necessidade do homem desejar ampliar a sua visão do mundo e refletir sobre a sua própria condição, a atividade turística religiosa poderá ser responsável pelo incremento positivo da economia, da cultura e da qualidade de vida da população local.

É propósito do turismo religioso proporcionar experiências, divulgar ambientes propícios como, catedrais, santuários, igrejas, templos, capelas e outros locais com características sagradas em diferentes contextos temporais e artísticos.

Expor e divulgar outros atrativos de evidências culturais locais, oriundos de costumes ou que tenham sidos construídos, por gerações que fizeram a história da formação cultural e religiosa de um povo. 
Fomentar as atividades artesanais, artísticas, de prestação de serviços e a geração de novos empregos. 

Tipos de Turismo Religioso – individual ou organizado?


Por todo o mundo, cidades com características religiosas atraem visitantes em busca de experiências ligadas à fé, religiosidade e à esperança, como Roma – Vaticano, Santiago de Compostela e Fátima.

O que motiva os turistas de cunho religioso é, principalmente, a necessidade de estar em locais onde a fé apresenta mais intensidade.

Existem diferentes tipos de viajantes com motivos religiosos, como pessoas que individualmente organizam a sua partida para um local sagrado, outros que com grupos de amigos ou família encontram objetivos comuns que justificam a sua viagem e outros que recorrem a empresas especializadas na organização de programas com diferentes roteiros e que procuram ir ao encontro das intenções dos seus clientes.

O turismo religioso ocorre de forma individual ou organizada, em programas como excursões, romarias, peregrinação e penitência, seguindo guias ou roteiros de regiões marcadas pela religiosidade de acordo com os objetivos religiosos, dogmáticos e morais dos fiéis visitantes.

O Turismo Religioso em Portugal 


O turismo religioso tem, desde sempre, como objetivo central a visita a locais sagrados e participação em rituais de culto, tipicamente por motivos religiosos.

Portugal é um roteiro de templos, cultos e festas religiosas.

Começando por Fátima, um dos principais locais de peregrinação mariana de todo o mundo, são muitos os motivos de visita, desde a rota das catedrais à descoberta de singelas ermidas e capelas de invocação ao padroeiro local.

Até ao Caminho de Santiago hoje redescoberto por peregrinos que repetem os passos de outrora com destino a Santiago de Compostela.

Em Portugal 10% do movimento turístico corresponderá ao turismo religioso, que poderá gerar até 700 milhões de euros em receita.

Espanha, Brasil, E.U.A, França, Itália e Alemanha são os principais países emissores de turismo religioso com destino a Portugal.

Aliado à fé, Portugal possui um importante património arquitetónico (75% do património material e imaterial português é religioso), perfeitamente integrado na paisagem e que constitui por si só motivo para demorada e atenta visita.