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terça-feira, 18 de março de 2014

Na Senda de S.Bento # Santa Maria de Bouro

A Igreja e o Mosteiro de Santa Maria de Bouro, erguidos sobre o Antigo Mosteiro de S. Bernardo, foram completamente remodelados sobre a arquitetura barroca no século XVIII.
O antigo Mosteiro de S. Bernardo era uma Abadia Cistercience fundada em 1148. A Ordem de Cister era uma ordem de origem francesa que tinha como finalidade a simplicidade e o puritanismo. Daí que todos os Mosteiros tivessem de ser edificados em locais desertos devido ao respeito e ao silêncio. A escolha do local da construção do mosteiro também foi importante, pois era necessário que a terra fosse fértil e que tivesse água por perto, pois a rígida clausura a que remetiam os monges, fez com que o mosteiro tivesse de ser auto-suficiente. Era indispensável estar afastado de qualquer localidade ou castelo.
 Para a sua sobrevivência, continham necessariamente: o moinho, forjas, celeiro e oficinas. A austeridade, o acetismo, o silêncio e abstinência eram princípios fundamentais e os monges desta Ordem vestiam hábitos de castanho e tinham barba. Este Mosteiro foi erguido em nome de S. Bento e de S. Bernardo porque foram os dois monges fundadores desta Ordem.
A cabeça desta Ordem em Portugal era o mosteiro de Alcobaça que foi fundado em 1153.
A lenda:
O mosteiro de Santa Maria de Bouro está envolvido numa lenda. Na ocupação muçulmana do século VIII, dois eremitas presenciaram várias luzes à noite numa rocha. Foram ver do que se tratava e encontraram uma bela imagem da Virgem Maria com o seu Menino Jesus ao colo. Para a sua adoração, decidiram construir uma ermida para albergar a imagem. Este mistério atraiu imensos peregrinos e foi mais tarde construída uma Abadia e a própria Igreja e Mosteiro de Santa Maria de Bouro. Em 1162, existia neste local um pequeno grupo de eremitas, segundo um documento da chancelaria de D. Afonso Henriques. Este grupo de homens vai agrupar-se segundo a Regra de S. Bento em 1182, e antes do final do século, este mosteiro vai filiar-se na Ordem de Cister.
Durante a crise de 1383-85 o abade do mosteiro juntou 600 homens em defesa da fronteira da Portela do Homem, conseguindo suster o avanço das tropas galegas. Como reconhecimento pelo seu papel D. Nuno Álvares Pereira agraciou o abade com o título de Capitão-Mor e Guarda das Fronteiras dando-lhe a prerrogativa de poder levantar exército, sempre que considerasse necessário.
Invocando as suas origens, a fachada da igreja, sujeita a profundas remodelações, exibe as imagens de São Bernardo e São Bento com a virgem ao centro.
 Por sua vez na fachada do convento que se desenvolve perpendicularmente à igreja, encontram-se entre as varandas superiores cinco estátuas de personagens importantes na história do país e do próprio convento, com pequenas inscrições anexas: o conde D. Henrique (supõe-se que o seja apesar de ser designado ALFONSUS em vez de HENRICUS), D. Afonso Henriques (sob o reinado do qual foi fundado o mosteiro, diz a inscrição), D. Sebastião (que suprimiu a comenda do convento), o cardeal D. Henrique (que fundou a Congregação Autónoma), e D. João IV (o restaurador da monarquia portuguesa).
 No início do século XVIII, foi construído um novo refeitório e cozinha, bem como uma nova ala a oeste do claustro, tendo sido para aí transferido o novo acesso ao mosteiro. Em 1834 com a extinção das ordens religiosas masculinas o mosteiro foi abandonado vindo depois a ser vendido em hasta pública a particulares. Em 1986 parte do mosteiro é adquirida pela Câmara Municipal de Amares (por 200 contos). Em 1989 é apresentado o projeto do arquiteto Eduardo Souto Moura para adaptação a Pousada das dependências do mosteiro, cujas obras se iniciariam em 1994 sendo a pousada inaugurada em 1997.
 

 
 

terça-feira, 11 de março de 2014

Turismo Criativo


Turismo Criativo – conceito

Com forte vertente cultural, o turismo criativo é um conceito dinâmico que vai ao encontro das atuais motivações turísticas, e sobretudo das tendências, de procura de experiências em que o turista participa ativamente, tornando-se parte vital do produto, e com isso valoriza-o.
Na abordagem criativa do turismo, o turista é simultaneamente produtor e consumidor de experiências, agarrando raízes culturais, abraçando a humanidade, em busca de autenticidade, ou meramente do que lhe é diferente; libertando o stress do bulício urbano ou fugindo do silêncio do seu mundo rural em busca de espaços em que se cruzam e aculturam os povos do mundo! 

O turista já não quer apenas ver vindimar, quer passear pelas quintas, colher e pisar as uvas; o turista já não quer esperar à mesa pela gastronomia quer participar na sua confeção, o turista já não quer apenas assistir ao folclore, mas antes dançar e cantar - viajando na história e cultura dos povos; o turista já não quer apenas levar lembranças das áreas de destino, mas antes participar na sua criação - o turista cansou-se de assistir. O turista quer, cada vez mais, viver experiências que o integrem, que o envolvam, que o enriqueçam, que o divirtam, que o libertem de algo….

 
O Turismo Criativo - vantagens

Turismo Criativo não é mais do que pensar o setor de forma inovadora, fora dos padrões convencionais e dos velhos conceitos. Como atividade económica, todos ficam a ganhar: empresários, agentes, operadores, órgãos de turismo, cidades, regiões e, principalmente, os turistas.
Partindo da premissa que as cidades e regiões criativas atraem mais turistas e negócios, às quais se juntamos investimentos, movimento e visibilidade da região. Quando se fala em cidades ou regiões criativas não se está a fazer referência apenas àquelas que têm na economia criativa os seus principais trunfos. Mas também nas regiões que pensam e planeiam o turismo de forma inovadora e criativa o tempo todo. Sejam nos seus produtos, destinos, equipamentos, histórias, arquitetura, festas, cuidado com o meio ambiente, cultura, enfim tudo que possa trazer inovação para todos os setores e de forma constante à região.

Com o turismo criativo pretende-se mostrar que qualquer cidade, região, hotel, produto ou profissional do turismo pode beneficiar de ações e projetos criativos para o desenvolvimento do setor, atrair turistas e gerar rendimentos.
 
O primeiro passo tem que ver com a descoberta das origens e da essência muitas vezes apagada ou esquecida de cada região. Procurar onde está a autenticidade e os diferenciais criativos de uma cidade ou de um simples produto ou projeto turístico. Procurar como se pode vender um pacote turístico de forma criativa. Assim percebe-se que no turismo criativo não existe um ingrediente único ou resposta específica que possa explicar este novo segmento de turismo. Fundamental é ter ideias e coragem para inovar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O que são atrações culturais?

Entende-se por atrações culturais os elementos da cultura que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos turísticos. 

São os bens e valores culturais de natureza material e imaterial produzidos pelo homem e apropriados pelo turismo. 

Desta forma, é possível levantar informações que subsidiem a estruturação de destinos com foco no Turismo Cultural

Essas informações revelam ainda a importância do uso de estudos e pesquisas para o correto planeamento de ações que valorizem a cultura e as tradições locais dos destinos turísticos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das regiões e o fortalecimento do segmento.

Cabe ressaltar que o desenvolvimento e a promoção de atrações culturais, bem como de produtos e atividades culturais, integrados a outros segmentos, contribuem para a diversificação da oferta e diminuição do período de sazonalidade turística em determinados destinos cuja oferta turística tenha como vocação principal outros segmentos de turismo, como por exemplo, o Turismo de Sol e Praia e o Turismo de Negócios e Eventos.

Para a elaboração de roteiros de fim-de-semana ou férias bem como para a formatação de produtos turísticos culturais, é importante ter conhecimento acerca das atividades que podem ser praticadas no âmbito do segmento. 

A identificação das principais atrações culturais pode auxiliar na definição da vocação do destino e fortalecer o seu posicionamento no mercado. Poderá também auxiliar, no mapeamento de oportunidades de negócios e diversificação de serviços que se pode oferecer, tornando o destino mais competitivo. 

Exemplos de atrações culturais 


Com base nos conceitos de património cultural (material e imaterial) estabelecidos pelas instituições de referência no setor, define-se como os principais tipos de atrações culturais

• Sítios históricos – centros históricos (classificados como Património Mundial pela UNESCO por exemplo Guimarães);  

• Edificações especiais – arquitetura (marcada por um estilo arquitetónico especifico como a Rota do Românico), ruínas ou sítios arqueológicos (que comprovam a presença de povos da Antiguidade Clássica no território português como Conimbriga); 

• Obras de arte – pintura, escultura (visitáveis em edifícios como museus e casas de cultura); 

• Festas e celebrações locais (de cariz religioso como Semana Santa em Braga ou S. João); 

• Gastronomia típica - pratos da culinária local (quase sempre já integrados nos roteiros turísticos mas que podem funcionar como motivo principal de vista como a Festa da Francesinha no Porto);

• Feiras e mercados tradicionais (com mostra de produtos regionais ou de representação do passado como a Viagem Medieval de Santa Maria da Feira ou a Braga Romana);

• Eventos programados – festivais de teatro, de música ou folclore (como o Mimarte em Braga ou a Noite Branca). 

As principais atrações culturais ainda estão muito ligada à experiência de conhecer museus e cidades com património reconhecível em qualquer parte do mundo. 

Daí a importância que cidades como Paris, Londres ou Roma, mantém. 

Simultaneamente verifica-se que as cidades procuram sediar importantes eventos culturais, como ser durante um ano Capital Europeia da Cultura, para colocar as suas cidades nos mercados do Turismo Cultural ou desenvolver ações de criatividade que envolvam o turista na realização de atividades concretas, que lhe proporcionem o saber fazer de algo que com a sua visita conheceram.