O turismo é uma
das atividades económicas que tem tido as maiores taxas mundiais de crescimento
anual há várias décadas. Isto fez ampliar mercados antes inexplorados e atingir
amplas camadas da população, devido às diferentes facilidades de acessos e
meios de transportes, aumento da renda e ações promocionais.
Porém, o
crescimento das viagens de turismo ainda não permitiu que todos os segmentos da
população fossem beneficiados para desfrutar do turismo de lazer. Pessoas com
deficiência de diferentes tipologias e pessoas com mobilidade reduzida, tais
como idosos e obesos, também poderiam ser incluídos nas estatísticas de
exclusão social do turismo, pois encontram dificuldades para se adaptarem às
instalações e equipamentos nas edificações turísticas e espaços de lazer, ao
mesmo tempo em que encontram prestadores de serviços sem qualificações
específicas para um atendimento diferenciado.
O incentivo à acessibilidade no turismo
promoverá a integração das pessoas com deficiência permanentes e também
daquelas com mobilidade reduzida, ou seja, idosos, crianças, gestantes, obesos
em diferentes graus, pessoas temporariamente imobilizadas devido a acidentes
etc.
Turismo Acessível – indicações da ONU
O Programa de Ação Mundial para Pessoas Portadoras de Deficiência das Nações Unidas (ONU, 1982) diz que “Os países membros [da ONU] devem garantir que pessoas com deficiência tenham as mesmas oportunidades de desfrutar de atividades recreativas que têm os outros cidadãos. Isto envolve a possibilidade de frequentar restaurantes, cinemas, teatros, bibliotecas, etc., assim como locais de lazer, estádios desportivos, hotéis, praias e outros lugares de recreação. Os países membros devem tomar a iniciativa removendo todos os obstáculos neste sentido. As autoridades de turismo, as agências de viagens, organizações voluntárias e outras envolvidas na organização de atividades recreativas ou oportunidades de viagem devem oferecer serviços a todos e não discriminar as pessoas com deficiência.” Para tanto, é preciso consciencializar os empresários e órgãos ligados ao turismo para que sejam orientados e capacitados sobre os conceitos, normas e legislação referentes à inclusão e acessibilidade.
As barreiras arquitetónicas, comumente
encontradas nas cidades, tanto nos espaços públicos como privados, são fatores
que dificultam e, em algumas situações, impedem o deslocamento de pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida.
Acessibilidade é garantir que todos exerçam seus direitos de ir e vir, de acesso ao transporte, à comunicação, à educação, ao trabalho e ao lazer. Qualquer que seja o estabelecimento - turístico, comercial etc. - deve possuir adaptações que o turista com deficiência tenha independência, autonomia e dignidade de forma coletiva ou individual. Estas edificações deverão seguir o desenho universal que será utilizado na produção de espaços ou de objetos, permitindo a igualdade no seu emprego por todos, inclusive pelas pessoas com deficiências e mobilidade reduzida. O desenho universal baseia-se no respeito aos diferentes padrões humanos e na inclusão de todas as pessoas nas mais diversas atividades, visando simplificar a vida para todos e beneficiando assim pessoas com diversas limitações e capacidades. Para colocar em prática o conceito de desenho universal nos projetos e produtos turísticos, deve-se levar em consideração as dimensões referenciais para deslocamento das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, juntamente com os equipamentos auxiliares que utilizam como: cadeira de rodas, bengalas, muletas, andarilhos ou cão-guia.
Turismo
Acessível é, portanto, o termo técnico para definir a “possibilidade e condição
do portador de deficiência alcançar e utilizar, com segurança e autonomia, edificações
e equipamentos de interesse turístico”.
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