terça-feira, 19 de agosto de 2014

Lá em cima no Minho # Caminha


Caminha é uma bonita vila do Norte de Portugal, sede de município, localizada bem na foz do Rio Minho, num local abençoado pela natureza, fronteiriça com Espanha.
A vila de Caminha desenvolveu-se bastante a partir do século XII, com base na pesca e no comércio tanto fluvial como marítimo, quando diminuiu a pirataria no litoral. Pela privilegiada situação geográfica, Caminha era um ponto avançado na estratégia militar Portuguesa na luta contra castelhanos e leoneses, e o seu Porto foi de grande importância até meados do século XVI, servindo nos dias de hoje mormente para a ligação por ferry-boat a Espanha, na margem oposta. Diversas lutas e conflitos foram travados nestas paragens, tendo mesmo durante a 2ª Invasão francesa, em Fevereiro de 1809, sido atacada pelas tropas do Marechal Soult. A ajuda do povo às poucas tropas do tenente-coronel Champalimaud, impediu os franceses de entrar em Caminha. Uma defesa que constitui uma página brilhante de estratégia militar.
 



E
sta vila histórica, de ruas que respiram história, por entre casas típicas de dois andares, e outras brasonadas, denotando a importância politica e comercial da localidade, possui diversos locais de interesse, como a Foz do Rio Minho, que possibilita paisagens belíssimas. De facto, toda a faixa costeira do concelho de Caminha possui praias de grande beleza, extensos areais e uma luminosidade muito própria. 




quinta-feira, 19 de junho de 2014

S. João de Braga # 2

Uma das traições mais antigas e singulares das festas do S. João em Braga é sem dúvida o quadro do Rei David e dos Pastores, que desfilam pelas ruas das cidades no dia do nascimento de S. João.
 
Na frente do desfile vai o Carro das Ervas, uma  memória das procissões medievais que exigiam este tipo de carros de cheiro, para abrir o cortejo despejando as ervas para perfumar as ruas.
A dança do Rei David, reformulada no século XIX, deriva provavelmente da Mourisca, uma dança associada à procissão do Corpo de Deus.
 
O carro dos Pastores é um típico auto barroco que recorda o nascimento de S. João Batista.
" Do Baptista o Nascimento, neste dia recordamos..
Justos votos de alegria..."
Este auto é recriado por crianças, que vão adorar o Santo Percursor, depois das preces de Isabel e Zacarias aos Anjos, a pedirem um filho.

As suas preces vão ser atendidas, apesar das dúvidas de Zacarias " Homem sem fé" responde-lhe o anjo ao  vê-lo duvidar. E assim surge no auto, um pequenino S. João, que será o Percursor de Jesus.
Note-se que S. João é o único santo da história da igreja em que se celebra o dia do seu nascimento e não da sua morte.
Em Braga esta celebração congrega várias tradições em que o religioso se mistura com ritos antigos e com as típicas romarias minhotas.
Uma festa com muitos dias de animação a não perder.  Conheça Braga com a TUREL e desfrute destes dias únicos.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

S. João de Braga # 1

Exultam os bracarenses e o coração pula de alegria. É o são João de Braga, a maior festa do Minho e o orgulho das gentes brácaras. As festas, de cariz municipal já desde o inicio do século XVI, continuam a ser ponto mais elevado do associativismo e das tradições autenticamente bracarenses. Por este tempo, Braga transforma-se numa aldeia minhota em ponto grande. Este momento do calendário é a imagem de marca da cidade líder da região mais festiva de Portugal. Por isso mesmo, não admira a dimensão alcançada pela sua principal festa, que vai chegar a afirmar-se como a maior romaria de Portugal e um fenómeno turístico singular, no derradeiro quartel do século XIX.
As festas de São João são sem dúvida  o maior evento anual de Braga com maior teor histórico e raízes mais desenvolvidas no perfil identitário da população.
Não restam dúvidas de que se trata das festividades públicas em honra de S. João Baptista mais antigas de Portugal, remontando ao inicio ao inicio da nossa nacionalidade.
Os quadros bíblicos do rio Este, as danças do Rei David e dos pastores, passando pela originalidade detida por qualquer romaria minhota na sua religiosidade, folclore, foguetes, iluminações, concertinas ou cantares ao desafio, confirmaram a superior genuinidade desta celebração comunitária bracarense.
 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

I Festival de Orgão de Braga

 
A cidade de Braga surpreende pelos seus muitos tesouros artísticos, entre eles, e passando um pouco despercebido, até agora, está um património ímpar que reúne várias formas de arte.
A arte de trabalhar a madeira, a arte de pintar e dourar e a arte dos sons, todas presentes nos Órgãos de Tubos, ou simplesmente Órgão.
A efervescência artística que se vivia em Braga entre os séculos XVI E XVIII exigiu um desenvolvimento da Música, especialmente e por estarmos na " cidade dos Arcebispos", de música das igrejas. As correntes e influências musicais da Europa que chegam a Portugal por essa altura não passam, também elas, ao lado das novas criações artísticas e  música de órgão não se cingiu  apenas ao acompanhamento das celebrações, cresceu também neste contexto uma identidade concertista muito própria. Assim nascem muitos dos órgãos históricos de Braga e com eles organistas como Gaspar dos Reis e Pedro de Araújo que tirando partido das especificidades deste que é chamado " rei os instrumentos", escrevem composições musicais muito próprias como os Tientos e as Batalhas.
Braga possui 46 instrumentos históricos, dos quais alguns recuperaram "voz" nos últimos anos, como os das Igrejas de São Marcos, São Lázaro ou Santa Cruz.
No primeiro festival fará eco os sons dos grandes órgãos da Sé, da igreja da Conceição no Instituto Monsenhor Airosa, do Bom Jesus, de Santa Cruz e de São Marcos, em cinco concertos sui generis, onde não apenas se poderá ouvir o órgão como instrumento solo, mas também o oboé, o canto e as cordas, o que faz de cada concerto único e convida a assistir a todos eles.
De 30 a 7 de Junho as igrejas abrem as suas portas para ouvirmos a música majestosa dos seus órgãos.
Será também uma ótima oportunidade para conhecer ou revisitar a cidade de Braga. Visite Braga com a Turel, informações através de info@turelviagens.com  ou 253 041 065

 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Maravilhas do Douro # Museu do Douro - Régua

 
Museu do Douro, situado na Régua, foi concebido como um museu de território, polivalente e polinuclear, vocacionado para reunir, conservar, identificar e divulgar o vastíssimo património museológico e documental disperso pela região, devendo constituir um instrumento ao serviço do desenvolvimento sociocultural da Região Demarcada do Douro. Numa perspetiva de "museologia de comunidade", o Museu do Douro assume-se como processo cujo desenvolvimento deverá envolver a colaboração ativa com as instituições locais, regionais e internacionais.
A gestão do Museu do Douro é da responsabilidade da Fundação Museu do Douro, criada pelo Dec. Lei 70/2006, instituindo-a como pessoa coletiva de direito privado e utilidade pública. A Fundação Museu do Douro tem como fim a instalação, manutenção e a gestão do Museu do Douro.
 
No cumprimento da sua missão o Museu do Douro preserva, estuda, expõe e interpreta objetos materiais e imateriais representativos da identidade, da cultura, da história e do desenvolvimento do Douro, independentemente da época histórica, de vários tipos e fabricos, com especial incidência nos elementos associados à vitivinicultura, atividade central no Douro.
O Museu do Douro assume o papel que lhe cabe na formação de valores culturais, em articulação ativa com os demais agentes e instituições, promovendo não só uma função educacional de divulgação e contextualização da cultura e história da região mas, sobretudo, proporcionando experiências capazes de motivar a participação e o envolvimento ativo da comunidade.
Como determinado pela lei da sua criação, o edifício sede do Museu do Douro situa-se na cidade de Peso da Régua, resultado da obra de reabilitação do emblemático edifício da antiga “Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro Vinhateiro”, inaugurado a 20 de Dezembro de 2008

 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Em Braga, sê Romano - MMXIV

Está cada vez mais próxima, mais uma edição da Braga Romana, e a cidade está a preparar-se para receber todos neste regresso à gloria de Bracara Augusta.
Bracara Augusta fundada pelo imperador Augusto, provavelmente no ano 16 a.C. ,no fim das guerras cantábricas. É possível que tenha sido criada já com direito latino. De qualquer modo, ou por privilégio de fundação ou, mais tarde, por promoção municipal, Bracara Augusta terá possuído estruturas de governo autónomas, com senado e magistrados.
Como capital de convento , exercia funções jurídicas, religiosas e económicas sobre um extenso território. Durante a primeira metade do seculo I, a cidade conheceu um povoamento sistemático, tendo então sido erguidos alguns dos seus edifícios públicos, ao mesmo tempo que iam sendo ocupados  os seus quarteirões residenciais.
A cidade deve ter atingido a sua máxima expansão no século II.
Os romanos dominaram Bracara Augusta durante mais de quatro séculos, obtendo um domínio estratégico e económico sobre o noroeste peninsular, que se vem a confirmar no século III, com a elevação da cidade a capital da província romana da Galécia.  

terça-feira, 13 de maio de 2014

Maravilhas do Douro # S. Salvador do Mundo

No concelho de S. João da Pesqueira encontra-se um belíssima paisagem natural da qual faz parte o monte de S. Salvador do Mundo, que se situa a 711m de altitude e dispõe, provavelmente, da paisagem mais deslumbrante do Douro, que nos permite admirar a parte do vale ( com as suas famosas e distintas quintas, dos quais se retira o néctar que formou e tornou este vale tão formoso e famoso), o leito do rio Douro, a barragem da Valeira e o antigo cachão, onde faleceu o marido da "Dona Ferreirinha".
Reza a lenda que em 1861, o barco que transportava o Barão de Forester voltou-se no cachão da Valeira. O barão acabou por ser arrastado para o fundo do rio Douro, por causa do conto de dinheiro carregado de dinheiro. D. Antónia também ia no barco mas graças às suas vestes, que a fizeram flutuar nas aguas do rio, salvou-se.  Hoje em dia depois das construções das barragens, o cachão da Valeira, o rio Douro já não constitui o perigo de outrora para os navegadores.
No monte de S. Salvador criou-se uma réplica da paixão de Cristo por iniciativa de Frei Gaspar da Piedade, que após uma viagem aos locais sagrados de Roma e Jerusalém, escapou milagrosamente a um naufrágio e decidiu edificar neste monte ermo, sobranceiro ao ponto mais perigoso do rio Douro, uma reprodução do calvário.
Venha conhecer esta e outras histórias numa viagem com a TUREL Viagens.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

si fueres Romae, Romano vivito more*

Braga está preste a receber mais uma edição da Braga Romana, no ano em que decorrem 2000 anos sobre a morte do seu fundador, Gaios lulius Caeser Octavianus Agustus ( 63 a. C - 14 d. C ) , mais conhecido por Augusto, o imperador de Roma que, segundo reza a história, faleceu a 19 de Agosto ( Augustos) do ano 14 depois de Cristo.
O evento Braga Romana tem o propósito de comemorar os primeiros tempos de vida daquela que foi a opulenta  Cidade Bracara de Augustos.
Bracara Augusta deve o seu nome de Bracara ao povo indígena que ocupava o território, e ao epíteto de Augusta, em homenagem ao Imperador Diocleciano, a capital da nova província da Galécia.
A recriação histórica "Braga Romana" pretende recriar o universo romano, em particular dos denominados Bracaraugustanos.
Bracara Augusta conserva um património impar, sobre o legado da presença romana na cidade como:
- as termas do Alto da Cividade;
- domus da escola velha da Sé;
- domus do seminário de Santiago;
- domus das Frigideiras do Cantinho;
- fonte do Ídolo;
- museu D. Diogo de Sousa, que guarda o grande espólio de achados arqueológicos ;
- balneário pré-romano na Estação Caminhos de Ferro;
- entre outros.
 
No espaço da" Braga Romana" é possível encontrar vários espaços desde a área pedagógica ( Quadratum Paedagogico), passando pelo Acampamento Militar ( Castra Leg. VI Victrix), Termas e Estética ( Quadrutum SPA), até ao Mercado Romano e a Área de Alimentação.
No programa da " Braga Romana" destacam-se os espetáculos de recriação como lutas de gladiadores, rituais a deuses romanos, casamento romano e o grande cortejo triunfal de Bracara Augusta pelas ruas do centro da cidade, composto por milhares de figurantes rigorosamente trajados à época.
Está é sem dúvida uma excelente opurtunidade para conhecer Braga no seu esplendor romano.
Conheça o programa da TUREL Viagens para dois dias e certamente irá regressar.
 
* Em Roma, sê Romano

terça-feira, 6 de maio de 2014

Maravilhas do Douro # S. João de Lobrigos

Numa paisagem marcada pelas vinhas de Santa Marta de Penaguião, encontra-se uma igreja de média dimensão, com uma fachada diferente das usuais do estilo barroco, e de uma beleza interior sem par na região do Douro.
A igreja foi edificada no século XVII/ XVIII, apresenta uma robusta torre sineira, na qual se abre uma galilé.
Todo o seu requinte está oculto no interior, na ornamentação da talha barroca do altar-mor, do arco triunfal, dos caixotões e do coro alto. A capela-mor usufrui de uma combinação harmoniosa, entre a decoração do altar e os 22 painéis dos retábulos das paredes laterais, que retratam a vida de S. João Baptista, desde o seu nascimento até ao seu martírio. O teto reproduz a iconografia bíblica do Antigo e Novo Testamento.
A igreja possui ainda um órgão de tubos do século XVIII, o único novel no distrito de Vila Real.  
A igreja de S. João de Lobrigos é uma verdadeira beleza que merece uma visita, quer pelo edifício em si, quer pela paisagem em que está inserida.
Venha com TUREL Viagens conhecer o Douro Religioso. Passe no página de facebook da TUREL Viagens e conheça as novidades.
 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tradições de Primavera

Na época primaveril qualquer viagem que se faça pelo Norte  de Portugal é marcada por uma paisagem com cores da giesta, que curiosamente apesar de proliferar o tom amarelo também as há branco (especialmente na região do Douro).
Para além da giesta alegar a paisagem, e ser símbolo do fim do inverno e inicio da primavera, a ela estão associadas várias lendas  e tradições.
No dia 30 de Abril, no Norte de Portugal, antes da meia-noite, é tradição colocarem-se em todas as portas e janelas das casas, um ramalhete de giestas amarelas, e aí devem permanecer toda a noite  de 1 de Maio. 
 Daí o nome popular "Maias", nome esse, mais conhecido entre nós.
Segundo uns, é uma forma de afastar os "maus olhados", segundo outros, para "afastar o diabo" e ainda outros, "contra a fome", isto é, para que haja "sempre fartura", "comida na mesa".
 É frequente nestes dias encontrar várias pessoa de ramalhete amarelo na mão, a maioria  apanhado pelos campos, onde crescem em abundância, e "pintam" a paisagem de amarelo.
É curioso como as pessoas se entregam a esta tradição,  não havendo distinção quanto aos credos por que se regem...afinal, a maioria das pessoas, só quer preservar esse hábito que seus pais deixaram.
  
Arbusto que cresce espontaneamente nos campos, com flores amarelas, bonitas, e de cheiro intenso, que enfeitam e embelezam, de certa forma, os campos, nesta época do ano.
Há várias histórias acerca das giestas, mesmo do tempo de Jesus Cristo e de Nossa Senhora.
Conta-se que Nossa Senhora, quando fugiu para o Egipto, ía colocando pelo caminho, raminhos de giestas, para quando regressasse, não se perder, uma forma de se orientar no regresso.
 Também se conta que os Judeus colocaram na porta de casa de Jesus um ramo de giestas, assinalando, assim, aos guardas, a Sua casa, para que, no dia seguinte O prendessem. 
Acontece que, com o intuito de O protegerem, toda a povoação colocou nas suas portas, ramos iguais, e conseguiram, dessa forma, salvá-LO.
 

terça-feira, 29 de abril de 2014

Maravilhas do Douro # Galafura

 
São Leonardo de Galafura é um dos mais enigmáticos miradouros da região douriense. Daqui podemos admirar o vale do Douro em todo o seu esplendor. A beleza do local tem encantado as pessoas e inspirado os poetas.
Miguel Torga nascido numa região vizinha, na aldeia de São Martinho de Anta ( Vila Real) , era contemplador assíduo das água do  douro que correm lentamente lá no fundo.
 Em 8 de Abril de 1977, Torga inspirado pelo Douro, faz-lhe uma das mais belas homenagens… um poema, que hoje se encontra eternizado num azulejo logo que se chega ao miradouro, e que diz:
S. Leonardo de Galafura, 8 de Abril de 1977
 
«O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza. Socalcos que são passados de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor pintou ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis de visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta».

Miguel Torga in “Diário XII”


A sua admiração por esta fantástica paisagem está também expressa num poema, colocada sobre um azulejo na parte de trás de uma pequena capela, dedicada a S.  Leonardo, que compõe o miradouro.

À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em drecção ao cais divino.
 
Lá não terá socalcos
Nem vinhedos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.
 
Por isso, é devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho!
 

 
Acrescente-se a este magnifica contexto que conjuga a paisagem e as palavras, a lenda. Que a sabedoria popular sempre cria, na presença  de sítios encantadores tenta que sejam encantados.
Reza a lenda que no monte de S. Leonardo existe uma gruta guardada por dois horrendos dragões, onde vive D. Mirra, uma bela moura encantada, que espera desesperadamente por um jovem que resolva enfrentar os dragões, pois só assim se quebrará o encanto, e surgirá um luxuoso palácio subterrâneo.
Venha com a TUREL Viagens descobrir os encantos do Douro.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O Farricoco da Semana Santa de Braga

O farricoco era, no passado, uma forma dos fiéis cristãos bracarenses se penitenciarem dos seus pecados, propondo-se caminhar descalços e incógnitos nas procissões que percorriam a cidade.
 O confessor dava a penitência durante a confissão e os fiéis cumpriam à risca tal preceito.
 Ajudavam a iluminar as ruas durante os préstitos e a chamar os fiéis às celebrações com o auxílio das matracas, dado que os tilintar dos sinos era proibido durante este tempo especial. O som estridente das matracas, com o seu ruge-ruge era também sinal de penitência...
Entretanto, os farricocos foram-se aproveitando do seu anonimato para denunciar publicamente os pecados daqueles que não faziam penitência. O ambiente era, por isso, temeroso, e algumas pessoas recusavam vir às janelas, não fosse cair-lhes em cima alguma acusação.
Hoje, as procissões já quase não servem para penitências, mas o farricoco mantém-se como figurante primordial.
 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Semana Santa em Braga

Esta festa religiosa abarca o período que vai da Quarta-Feira de Cinzas até ao Dia de Páscoa.
As solenidades da semana santa, em Braga, são, para além de uma manifestação religiosa, um fenómeno de turismo religioso.
A celebração completa da semana santa integra um conjunto de actos religiosos, celebrações eucarísticas, a imposição das cinzas, o lausperene quaresmal, a Via Sacra, a procissão da penitência, a procissão dos passos, a procissão dos fogaréus, a procissão teofórica do enterro, a procissão da burrinha, a vigília pascal, concertos, exposições que constituem um dos cartazes turísticos mais importantes de Portugal.
Com tradições que remontam aos primórdios do século, a Semana Santa em Braga é o expoente máximo das solenidades pascais do país e do norte da Península Ibérica.
 Durante uma semana, a cidade de Braga acolhe milhares de peregrinos oriundos de todo o país e da vizinha Galiza, para participar numa das manifestações que constitui um dos mais notáveis cartazes do turismo religioso.
Os archotes, as velas e os milhares de pessoas que se dispõem ao longo das ruas para ver passar as procissões, em especial as do Senhor Ecce-Homo e do Enterro do Senhor, configuram um quadro ímpar das festividades e transmitem uma tradição enraizado num ritual dominado pelo conjunto de procissões nocturnas envoltas numa forte intensidade dramática.
A Procissão do Senhor Ecce-Homo, tem lugar na noite de Quinta-Feira Santa. Com origens na visita que outrora se efectuava às sete igrejas, inspirada nas Sete Estações Romanas, que, como reza o Compromisso Cerimonial da Santa Casa da Misericórdia de Braga, reflectia «a penitência aos fiéis cristãos que reconheceram os seus pecados».
No dia seguinte, na Sexta-Feira Santa, é a vez de se realizar a procissão do Enterro do Senhor. Este cortejo religioso é o mais solene de todos os que na Semana Santa se organizam. Os mesários e irmãos da Misericórdia e Santa Cruz, encapuzados, as varas a rasto, os Reverendo Cónegos com os mantos e varas arrastados pelos lajedos, os figurados, também arrastando as cruzes, como os pendões, bandeiras das congregações, juizes com varas, provocam como que um gemido de consternação. De longe a longe, este sussurro é quebrado pelo som entoado por uma personagem que segue o Esquife do Senhor: (Ai! Ai! Senhor Salvador Nosso!).
O rugir das matracas dos faricocos, o bater das varas dos irmãos da misericórdia que se ouvem na procissão da Quirita-Feira Santa, dão lugar a um silêncio avassalador na procissão do Enterro do Senhor. O cortejo religioso sai da Sé Catedral, a onde regressa depois de percorrer as principais artérias do centro da cidade.
A Procissão da Burrinha ou Procissão das Dores representa a «fuga» da Sagrada Família para o Egipto, com Nossa Senhora sentada numa burrinha e o menino ao colo.
 
 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Pio Latrocínio

Uma lenda prodigiosa com origem em escritos de Atanásio de Saragoça coloca Braga em primeiro lugar na rota das pregações de S. Tiago aos povos das Espanhas e atribui ao apóstolo a ressuscitação do “primeiro” bispo bracarense, S. Pedro de Rates.
Apesar de estar pouco difundida pelo mundo católico, a lenda do milagre de S. Tiago em Braga retira peso à de Compostela, por ser a história surpreendente da única ressuscitação do apóstolo durante a sua lendária digressão pelas Espanhas. Faz parte de “uns fragmentos” de obras atribuídas a Santo Atanásio, “primeiro bispo” de Saragoça e “discípulo” de Santiago.
 Esses fragmentos foram descobertos em livrarias monásticas da Sardenha e de Aragão, há quase quatro séculos, pelo padre jesuíta Bartolomeu André de Olivença, lente de Teologia no Colégio de Alcalá, por informação em 1635 do arcebispo de Braga, D. Rodrigo da Cunha.
 O fabuloso relato só não catapultou Braga para centro das peregrinações europeias em torno do apóstolo porque, ao longo dos tempos, a igreja compostelana procurou ofuscá-lo. Apesar de ter surgido 900 anos após a fundação de Bracara Augusta, Compostela acabou por trocar as voltas a Braga ao disputar-lhe a primazia já no século XII. Em 1102, o bispo compostelano Diogo Gelmires levou de Braga, pela calada da noite, qual salteador, as relíquias do bispo bracarense S. Frutuoso e dos mártires S. Silvestre, S. Cucufate e Santa Susana.
tal atitude não punha problemas morais e era bastante frequente entre monges, sacerdotes, e como nesta caso comprova Bispos, durante a idade média. A justificação de D. Diego Gelmires para o seu ato, era que desta forma as relíquias recebiam a " devida adoração" em Compostela.
No dia 1 de Abril de 1103, S. Geraldo, arcebispo de Braga, estava em Roma para se queixar desse acto extorsivo de Compostela, regressando de lá com poderes eclesiásticos acrescidos sobre as Espanhas. Porém, o “roubo” de Diego Gelmires ou “Pio Latrocínio”, como lhe chamou eufemisticamente a Igreja compostelana, só foi reparado oito séculos mais tarde: as relíquias de S. Frutuoso foram devolvidas a Braga em 1966 e as dos mártires referidos em 1993.
Nos nossos dias as relíquias de santos já não são motivo principal de visita, mas as igrejas e catedrais que as albergam, bem como os caminhos de peregrinação, merecem sem sombra de dúvida uma visita pelos monumentos e pela história. Faça-a connosco www.turelviagens.com

quinta-feira, 27 de março de 2014

Os Trípticos

*Altar de Ghent " Adoração do Cordeiro Místico" Jan Van Eyek
Os trípticos surgem na Idade Média numa altura em que a crise económica se acentuava e se torna insuportável a construção de grandes edifícios. Os trípticos são a solução para decorar um altar ou catequizar os cristãos com histórias que as imagens contavam ( geralmente divididas em 3 painéis). Os temas mais frequentes são passagens bíblicas, como é o caso do * Altar de Ghent (em que o tema central é a adoração do cordeiro místico, mas onde estão também representados adão e eva, a anunciação, profetas, figuras da igreja, anjos e ainda os retratos de quem encomendou a obra divididos por 12 painéis).
A grande vantagem dos trípticos ou dípticos é a facilidade com que se podem transportar. Apesar de ser mais frequente em pintura, há alguns exemplares em que uma escultura se abre em 3 painéis que contam uma história ou um dogma de fé.
A igreja não foi a única a utilizar esta solução de arte portátil. Muitas famílias mais abastadas optam por um tríptico ou díptico para ornamentar um altar privado em casa ou capelas.
Portugal tem um precioso exemplar de um tríptico que  representa episódios do nascimento de Jesus Cristo. O valioso tríptico foi oferecido por D. João I - Mestre de Avis, à Colegiada de Guimarães para agradecer a vitória da Batalha de Aljubarrota e a intercessão de Nossa Senhora da Oliveira. O Tríptico fazia parte do espólio do rei D. João I de  Castela que o deixou para trás após a perda da batalha.
Hoje pode ser visitado no Museu Alberto Sampaio em Guimarães.  
O painel retangular com três partes representando cinco episódios do nascimento de Jesus : ao centro o nascimento, do lado esquerdo a Anunciação e Apresentação do Menino no templo. do lado direito, a Anunciação aos pastores e a Epifania.  
 
Tríptico da Natividade - peça de ourivesaria em prata dourada
 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Na Senda de S. Bento # S. Martinho de Tibães

quinta-feira, 20 de março de 2014

Na Senda de S. Bento # Mosteiro de Santo André de Rendufe

  A história do mosteiro beneditino de Rendufe remonta à época do Conde D. Henrique e, muito embora se desconheça a data da sua fundação, eventualmente devida a Egas Pais de Penegate, é possível que tenha ocorrido pouco antes de 1090, pois em Dezembro desse ano o seu abade figura num julgamento (MATTOSO, 1971, p. 13). De acordo com uma inscrição existente no pavimento, junto ao arco do cruzeiro, a igreja já se encontrava concluída em 1151 (SOUSA, 1979, p. 29). Durante a Idade Média foi um mosteiro bastante rico e com um amplo domínio mas, à semelhança do que aconteceu em boa parte das casas conventuais do nosso país, experimentou um forte abalo em consequência da gestão ruinosa dos abades comendatários e, anteriormente, das questões levantadas entre o mosteiro, o arcebispo e a família patronal dos Vasconcelos (SOUSA, 1979, p. 30). Essas questões conduziram mesmo à sua extinção e pronta restauração, em 1401.

 A grande reforma da primitiva igreja deveu-se à iniciativa (ao que se pensa forçada pelo Arcebispo) do último comendatário - D. Henrique de Sousa (descendente do cardeal Alpedrinha), que em 1551 reedificou o mosteiro. O templo passou, então, a possuir três naves com capelas laterais. Esta campanha de obras permitiu que a igreja se mantivesse até ao século XVIII, não se integrando no conjunto de mosteiros remodelados depois da criação da Congregação beneditina, em 1567.

 Os reflexos do final do regime comendatário fizeram-se sentir ao longo do século XVII, através de várias obras que denunciam um desejo de remodelação e atualização estética, consumado na centúria seguinte. Assim, poderíamos citar, entre as mais significativas, a fachada da portaria, que ostenta a data de 1638, e que segue modelos quinhentistas divulgados no tratado de Sebastião Serlio (SMITH, 1969, pp. 9 e 10). O texto da nave foi forrado por duas vezes, e na sacristia registam-se móveis novos, executados por Agostinho Marques, de Braga, em 1697 (IDEM, p. 5).
É, no entanto, durante o primeiro quartel do século XVIII que se assiste a uma constante atividade construtiva, responsável pela reforma integral da igreja, e demais dependências conventuais, grande parte das quais, infelizmente, desaparecida no incêndio de 1877. A existência de registos periódicos, os chamados Estados de Tibães, permite acompanhar as obras, triénio a triénio. Assim, entre 1716 e 1719 levantou-se a nova igreja, de planta em cruz latina, com nave única coberta por abóbada de berço e dois altares laterais, transepto, altares colaterais e capela-mor de grandes dimensões, num traçado que obedece à generalidade das plantas beneditinas da época (IDEM, p. 12). A fachada, por sua vez, afasta-se dos modelos empregues anteriormente, ao apresentar um portal central, a que se sobrepõem três nichos com as imagens de Santo António, São Bento e Santa Escolástica (as atuais são de época posterior), e três janelas ovais. No interior, o arco da tribuna e a nova abóbada da capela-mor são de 1725-28. A talha foi executada entre 1719 e 1725, e dourada entre 1725 e 1728, continuando depois, em 1752-1755. É de estilo nacional, filiando-se o retábulo da capela-mor no de São Bento da Vitória, no Porto, razão pela qual Roberth Smith atribui a sua autoria ao do entalhador da igreja portuense, Gabriel Rodrigues. Situação semelhante verifica-se ao nível do cadeiral do coro (1722), embora o de Rendufe apresente telas e não relevos. A talha das bancadas da capela-mor pode ser cotejada com a de Tibães (atr. A Frei José António Vilaça) que, tal como a das janelas, é já rococó (IDEM, p. 27).
Por sua vez, a biblioteca foi edificada no triénio de 1716-19, tal como o claustro, do qual apenas subsistem as ruínas com arcadas de capitéis toscanos. O novo dormitório remonta a 1728-31. Uma das últimas obras, mas de grande significado, por obedecer a novas directivas que visavam retirar o Santíssimo Sacramento da capela-mor, foi a edificação da capela do Sacramento, em 1777-80, numa linguagem pombalina. (RC)
 

terça-feira, 18 de março de 2014

Na Senda de S.Bento

Na semana em que decorrerá o Congresso de S. Bento, o Alforge de Viagem percorre os Mosteiros Beneditinos do Norte de Portugal.
 Na Senda de S. Bento é a proposta da TUREL Viagens, para quem quiser conhecer, mais profundamente, o legado beneditino. Junta-te a nós.
Aqui no Alforge a visita começa em Santa Maria de Bouro.

Na Senda de S.Bento # Santa Maria de Bouro

A Igreja e o Mosteiro de Santa Maria de Bouro, erguidos sobre o Antigo Mosteiro de S. Bernardo, foram completamente remodelados sobre a arquitetura barroca no século XVIII.
O antigo Mosteiro de S. Bernardo era uma Abadia Cistercience fundada em 1148. A Ordem de Cister era uma ordem de origem francesa que tinha como finalidade a simplicidade e o puritanismo. Daí que todos os Mosteiros tivessem de ser edificados em locais desertos devido ao respeito e ao silêncio. A escolha do local da construção do mosteiro também foi importante, pois era necessário que a terra fosse fértil e que tivesse água por perto, pois a rígida clausura a que remetiam os monges, fez com que o mosteiro tivesse de ser auto-suficiente. Era indispensável estar afastado de qualquer localidade ou castelo.
 Para a sua sobrevivência, continham necessariamente: o moinho, forjas, celeiro e oficinas. A austeridade, o acetismo, o silêncio e abstinência eram princípios fundamentais e os monges desta Ordem vestiam hábitos de castanho e tinham barba. Este Mosteiro foi erguido em nome de S. Bento e de S. Bernardo porque foram os dois monges fundadores desta Ordem.
A cabeça desta Ordem em Portugal era o mosteiro de Alcobaça que foi fundado em 1153.
A lenda:
O mosteiro de Santa Maria de Bouro está envolvido numa lenda. Na ocupação muçulmana do século VIII, dois eremitas presenciaram várias luzes à noite numa rocha. Foram ver do que se tratava e encontraram uma bela imagem da Virgem Maria com o seu Menino Jesus ao colo. Para a sua adoração, decidiram construir uma ermida para albergar a imagem. Este mistério atraiu imensos peregrinos e foi mais tarde construída uma Abadia e a própria Igreja e Mosteiro de Santa Maria de Bouro. Em 1162, existia neste local um pequeno grupo de eremitas, segundo um documento da chancelaria de D. Afonso Henriques. Este grupo de homens vai agrupar-se segundo a Regra de S. Bento em 1182, e antes do final do século, este mosteiro vai filiar-se na Ordem de Cister.
Durante a crise de 1383-85 o abade do mosteiro juntou 600 homens em defesa da fronteira da Portela do Homem, conseguindo suster o avanço das tropas galegas. Como reconhecimento pelo seu papel D. Nuno Álvares Pereira agraciou o abade com o título de Capitão-Mor e Guarda das Fronteiras dando-lhe a prerrogativa de poder levantar exército, sempre que considerasse necessário.
Invocando as suas origens, a fachada da igreja, sujeita a profundas remodelações, exibe as imagens de São Bernardo e São Bento com a virgem ao centro.
 Por sua vez na fachada do convento que se desenvolve perpendicularmente à igreja, encontram-se entre as varandas superiores cinco estátuas de personagens importantes na história do país e do próprio convento, com pequenas inscrições anexas: o conde D. Henrique (supõe-se que o seja apesar de ser designado ALFONSUS em vez de HENRICUS), D. Afonso Henriques (sob o reinado do qual foi fundado o mosteiro, diz a inscrição), D. Sebastião (que suprimiu a comenda do convento), o cardeal D. Henrique (que fundou a Congregação Autónoma), e D. João IV (o restaurador da monarquia portuguesa).
 No início do século XVIII, foi construído um novo refeitório e cozinha, bem como uma nova ala a oeste do claustro, tendo sido para aí transferido o novo acesso ao mosteiro. Em 1834 com a extinção das ordens religiosas masculinas o mosteiro foi abandonado vindo depois a ser vendido em hasta pública a particulares. Em 1986 parte do mosteiro é adquirida pela Câmara Municipal de Amares (por 200 contos). Em 1989 é apresentado o projeto do arquiteto Eduardo Souto Moura para adaptação a Pousada das dependências do mosteiro, cujas obras se iniciariam em 1994 sendo a pousada inaugurada em 1997.
 

 
 

quinta-feira, 13 de março de 2014

Turismo - uma viagem de inclusão

O turismo é uma das atividades económicas que tem tido as maiores taxas mundiais de crescimento anual há várias décadas. Isto fez ampliar mercados antes inexplorados e atingir amplas camadas da população, devido às diferentes facilidades de acessos e meios de transportes, aumento da renda e ações promocionais.
 
Porém, o crescimento das viagens de turismo ainda não permitiu que todos os segmentos da população fossem beneficiados para desfrutar do turismo de lazer. Pessoas com deficiência de diferentes tipologias e pessoas com mobilidade reduzida, tais como idosos e obesos, também poderiam ser incluídos nas estatísticas de exclusão social do turismo, pois encontram dificuldades para se adaptarem às instalações e equipamentos nas edificações turísticas e espaços de lazer, ao mesmo tempo em que encontram prestadores de serviços sem qualificações específicas para um atendimento diferenciado.
O incentivo à acessibilidade no turismo promoverá a integração das pessoas com deficiência permanentes e também daquelas com mobilidade reduzida, ou seja, idosos, crianças, gestantes, obesos em diferentes graus, pessoas temporariamente imobilizadas devido a acidentes etc.
 
Turismo Acessível – indicações da ONU
O Programa de Ação Mundial para Pessoas Portadoras de Deficiência das Nações Unidas (ONU, 1982) diz que “Os países membros [da ONU] devem garantir que pessoas com deficiência tenham as mesmas oportunidades de desfrutar de atividades recreativas que têm os outros cidadãos. Isto envolve a possibilidade de frequentar restaurantes, cinemas, teatros, bibliotecas, etc., assim como locais de lazer, estádios desportivos, hotéis, praias e outros lugares de recreação. Os países membros devem tomar a iniciativa removendo todos os obstáculos neste sentido. As autoridades de turismo, as agências de viagens, organizações voluntárias e outras envolvidas na organização de atividades recreativas ou oportunidades de viagem devem oferecer serviços a todos e não discriminar as pessoas com deficiência.” Para tanto, é preciso consciencializar os empresários e órgãos ligados ao turismo para que sejam orientados e capacitados sobre os conceitos, normas e legislação referentes à inclusão e acessibilidade.
 
 
Acessibilidade e Turismo

As barreiras arquitetónicas, comumente encontradas nas cidades, tanto nos espaços públicos como privados, são fatores que dificultam e, em algumas situações, impedem o deslocamento de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Acessibilidade é garantir que todos exerçam seus direitos de ir e vir, de acesso ao transporte, à comunicação, à educação, ao trabalho e ao lazer. Qualquer que seja o estabelecimento - turístico, comercial etc. - deve possuir adaptações que o turista com deficiência tenha independência, autonomia e dignidade de forma coletiva ou individual. Estas edificações deverão seguir o desenho universal que será utilizado na produção de espaços ou de objetos, permitindo a igualdade no seu emprego por todos, inclusive pelas pessoas com deficiências e mobilidade reduzida. O desenho universal baseia-se no respeito aos diferentes padrões humanos e na inclusão de todas as pessoas nas mais diversas atividades, visando simplificar a vida para todos e beneficiando assim pessoas com diversas limitações e capacidades. Para colocar em prática o conceito de desenho universal nos projetos e produtos turísticos, deve-se levar em consideração as dimensões referenciais para deslocamento das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, juntamente com os equipamentos auxiliares que utilizam como: cadeira de rodas, bengalas, muletas, andarilhos ou cão-guia.

Turismo Acessível é, portanto, o termo técnico para definir a “possibilidade e condição do portador de deficiência alcançar e utilizar, com segurança e autonomia, edificações e equipamentos de interesse turístico”.
 

terça-feira, 11 de março de 2014

Turismo Criativo


Turismo Criativo – conceito

Com forte vertente cultural, o turismo criativo é um conceito dinâmico que vai ao encontro das atuais motivações turísticas, e sobretudo das tendências, de procura de experiências em que o turista participa ativamente, tornando-se parte vital do produto, e com isso valoriza-o.
Na abordagem criativa do turismo, o turista é simultaneamente produtor e consumidor de experiências, agarrando raízes culturais, abraçando a humanidade, em busca de autenticidade, ou meramente do que lhe é diferente; libertando o stress do bulício urbano ou fugindo do silêncio do seu mundo rural em busca de espaços em que se cruzam e aculturam os povos do mundo! 

O turista já não quer apenas ver vindimar, quer passear pelas quintas, colher e pisar as uvas; o turista já não quer esperar à mesa pela gastronomia quer participar na sua confeção, o turista já não quer apenas assistir ao folclore, mas antes dançar e cantar - viajando na história e cultura dos povos; o turista já não quer apenas levar lembranças das áreas de destino, mas antes participar na sua criação - o turista cansou-se de assistir. O turista quer, cada vez mais, viver experiências que o integrem, que o envolvam, que o enriqueçam, que o divirtam, que o libertem de algo….

 
O Turismo Criativo - vantagens

Turismo Criativo não é mais do que pensar o setor de forma inovadora, fora dos padrões convencionais e dos velhos conceitos. Como atividade económica, todos ficam a ganhar: empresários, agentes, operadores, órgãos de turismo, cidades, regiões e, principalmente, os turistas.
Partindo da premissa que as cidades e regiões criativas atraem mais turistas e negócios, às quais se juntamos investimentos, movimento e visibilidade da região. Quando se fala em cidades ou regiões criativas não se está a fazer referência apenas àquelas que têm na economia criativa os seus principais trunfos. Mas também nas regiões que pensam e planeiam o turismo de forma inovadora e criativa o tempo todo. Sejam nos seus produtos, destinos, equipamentos, histórias, arquitetura, festas, cuidado com o meio ambiente, cultura, enfim tudo que possa trazer inovação para todos os setores e de forma constante à região.

Com o turismo criativo pretende-se mostrar que qualquer cidade, região, hotel, produto ou profissional do turismo pode beneficiar de ações e projetos criativos para o desenvolvimento do setor, atrair turistas e gerar rendimentos.
 
O primeiro passo tem que ver com a descoberta das origens e da essência muitas vezes apagada ou esquecida de cada região. Procurar onde está a autenticidade e os diferenciais criativos de uma cidade ou de um simples produto ou projeto turístico. Procurar como se pode vender um pacote turístico de forma criativa. Assim percebe-se que no turismo criativo não existe um ingrediente único ou resposta específica que possa explicar este novo segmento de turismo. Fundamental é ter ideias e coragem para inovar.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Peregrinções - parte 2


Peregrinações de hoje
Hoje, apesar da relativa perda de expressão que o fenómeno sofreu, principalmente no cristianismo, as peregrinações continuam a movimentar milhões de pessoas por ano em todo o mundo. É um importante fluxo de turistas que, em muitos casos, tem conhecido surpreendentes crescimentos.
 Peregrinar continua a ser um fenómeno comum a todas as religiões. Existem no mundo milhares de centros de peregrinação, que estão ligados a dezenas de diferentes religiões.
 Os centros de peregrinação continuam a ser Jerusalém (cidade santa para três religiões  ) Roma (cidade pilar do cristianismo ocidental, que está na origem do termo romaria – os que rumam a Roma), Santiago de Compostela (que no final da década de 80, ganhou novo ânimo devido à forte aposta do governo espanhol em retomar os Caminhos de Santiago, no final de 1999 recebeu mais de 150 mil peregrinos que chegaram à cidade a pé, de bicicleta ou a cavalo. Santiago é hoje, novamente, uma cidade de peregrinação em evidência no contexto mundial, juntamente com Fátima (maior santuário mariano da Europa).

Peregrinação programada – pontos fortes
Tendo presente os objetivos da peregrinação, quais são os pontos fortes que contribuem para os
alcançar? Quais os momentos fundamentais a privilegiar na programação?

É importante, antes de mais, ter em conta os seus vários momentos: partida, percurso, ritos e práticas ao longo do caminho, o tempo, chegada ao lugar sagrado, a permanência, o regresso... Cada um deles tem o seu significado e pode contribuir para o fruto mais ou menos rico da peregrinação.
A evocação e aprofundamento da história dos lugares, a apreciação dos monumentos com todos os seus significados e simbologia, a contemplação das imagens santas e de outros sinais, permite aos peregrinos vivenciar a sua religiosidade de forma própria.
O encontro, a confraternização e a comunhão com os demais peregrinos não poderão faltar, pois permitem experimentar a pertença à grande família que é a Igreja. Eles dão um toque mais concreto e humano à peregrinação.
No programa de uma peregrinação organizada deverá ser reservado tempo para a devoção pessoal e as suas expressões. O peregrino não é apenas membro de uma família ou de um grupo ou assembleia de pessoas. Ele tem também as suas necessidades, desejos, obrigações, anseios e objetivos pessoais.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O que são atrações culturais?

Entende-se por atrações culturais os elementos da cultura que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos turísticos. 

São os bens e valores culturais de natureza material e imaterial produzidos pelo homem e apropriados pelo turismo. 

Desta forma, é possível levantar informações que subsidiem a estruturação de destinos com foco no Turismo Cultural

Essas informações revelam ainda a importância do uso de estudos e pesquisas para o correto planeamento de ações que valorizem a cultura e as tradições locais dos destinos turísticos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das regiões e o fortalecimento do segmento.

Cabe ressaltar que o desenvolvimento e a promoção de atrações culturais, bem como de produtos e atividades culturais, integrados a outros segmentos, contribuem para a diversificação da oferta e diminuição do período de sazonalidade turística em determinados destinos cuja oferta turística tenha como vocação principal outros segmentos de turismo, como por exemplo, o Turismo de Sol e Praia e o Turismo de Negócios e Eventos.

Para a elaboração de roteiros de fim-de-semana ou férias bem como para a formatação de produtos turísticos culturais, é importante ter conhecimento acerca das atividades que podem ser praticadas no âmbito do segmento. 

A identificação das principais atrações culturais pode auxiliar na definição da vocação do destino e fortalecer o seu posicionamento no mercado. Poderá também auxiliar, no mapeamento de oportunidades de negócios e diversificação de serviços que se pode oferecer, tornando o destino mais competitivo. 

Exemplos de atrações culturais 


Com base nos conceitos de património cultural (material e imaterial) estabelecidos pelas instituições de referência no setor, define-se como os principais tipos de atrações culturais

• Sítios históricos – centros históricos (classificados como Património Mundial pela UNESCO por exemplo Guimarães);  

• Edificações especiais – arquitetura (marcada por um estilo arquitetónico especifico como a Rota do Românico), ruínas ou sítios arqueológicos (que comprovam a presença de povos da Antiguidade Clássica no território português como Conimbriga); 

• Obras de arte – pintura, escultura (visitáveis em edifícios como museus e casas de cultura); 

• Festas e celebrações locais (de cariz religioso como Semana Santa em Braga ou S. João); 

• Gastronomia típica - pratos da culinária local (quase sempre já integrados nos roteiros turísticos mas que podem funcionar como motivo principal de vista como a Festa da Francesinha no Porto);

• Feiras e mercados tradicionais (com mostra de produtos regionais ou de representação do passado como a Viagem Medieval de Santa Maria da Feira ou a Braga Romana);

• Eventos programados – festivais de teatro, de música ou folclore (como o Mimarte em Braga ou a Noite Branca). 

As principais atrações culturais ainda estão muito ligada à experiência de conhecer museus e cidades com património reconhecível em qualquer parte do mundo. 

Daí a importância que cidades como Paris, Londres ou Roma, mantém. 

Simultaneamente verifica-se que as cidades procuram sediar importantes eventos culturais, como ser durante um ano Capital Europeia da Cultura, para colocar as suas cidades nos mercados do Turismo Cultural ou desenvolver ações de criatividade que envolvam o turista na realização de atividades concretas, que lhe proporcionem o saber fazer de algo que com a sua visita conheceram.